Lusco-fusco
Marisa Brito
Os compositores
Os poetas e infratores
Insistem em caluniar
Na canção maligna
Na frígida mortalha
De quem não sabe ocultar
Quando eu não tinha mais lamento
E andava feito um bobo sem tormento nenhum
Não que eu precise de desespero para viver
Mas levo teu córrego em minhas mãos
Estátuas espatifadas
De imperfeição adorada
Refrão:
O lusco-fusco da tarde
Te fluiu pra longe de mim
E a madrugada desajeitada
Te deixou tão úmida assim
Repete refrão...
Morre-se todo dia
Mas nasce-se no mesmo lugar
A gente se perdeu de novo
Melhor nem pensar em se achar
De tanto gesto lírico já estou meio engilhado
Camões que me perdoe, não sou adamastor
Refrão...
Os compositores
Os poetas e infratores
Insistem em caluniar
Na canção maligna
Na frígida mortalha
De quem não sabe ocultar