Filtro da Bipolaridade

entrelaço o fio no anzol
jogo essa linha em um mar de gente
na ilusão em segundo plano

vivo danos de ter sono conturbado
onde as coincidências existem no predicado

prefacio, posfácio, lei da natureza
tão cheio de incertezas é assim o ser humano

cruel. ego será o maior troféu
eu também to atrás do meu, ando visando o papel

ideias com Gabriel, preocupação dilata
não quero o Nobel minha natureza é fraca
e violenta, sou Ícaro corto as asas
olho pras aguas, não vejo pureza só mágoas

""isso é passado, então tenta não lembrar
mas é passado não tem que querer lembrar
o passado, me diz por que lembrar?""
É O MEU PASSADO PORRA EU QUE PRECISO LEMBRAR

SOU EU QUE VOU GRITAR ATÉ PERDER A VOZ
EU QUE VOU ANTECIPAR PRA NÃO FUDER O APÓS
EU QUE VOU ORGULHAR TODOS OS MEUS AVÓS
SOU EU QUE VOU BRILHAR E APAGAR O SOL

tem nada meu aqui, é pelos outros
é tudo dos outros... e a fuga dos nossos
sou apenas o esboço, o enquadramento da foto
uma cinza do fogo, uma fibra dos ossos

uma rima no jogo, uma fatia em banquete
ENTÃO ME DIZ QUEM LIGA PRA ESSA MERDA DECADENTE
correto, ninguém liga, bem vindo a vida
seu cansaço é igual dinheiro de um pai sempre ausente

CE NEM SE LEMBRA QUANDO ESCREVEU RUMO NA CALADA
momento de euforia...: MANIA JUSTIFICADA
QUE JUSTIFICA FALHAS, QUE JUSTIFICA TUDO
OLHA PRA TUDO AGORA, NÃO TEM RUMO, TEM MAIS NADA

sou o que sou nada mudará
somos o que somos e nada mudará
cores e valores e eu ando meio cinza
como a superfície da cidade, numa brisa

que sopra varias cifras, soca minha índole
dissolvendo a fabula, sofisticando a sincope
mesmo acordado, desligo, desligo
só fica mais claro quando vem o breu surtido

de culpa
mais garra pra forjar uma luta
mais marra pra ser intocável
mais uma vala pra um futuro tão próximo
mais uma tela pra tintas inóspitas

aqui reflete no mundo de Sofia
tudo aqui reflete naquilo que eu sofria
aqueles olhos era onde me perdia.
mais uma vez... mais uma vez...