O Tombo

Gujo Teixeira

Apartou-se um da tropilha um zaino crina cumprida
Num galope de alvoroço foi debochando da lida
Esbarrou junto das tábuas, na terra do mangueirão
Deu cara volta pro povo batendo casco no chão


Armaram-se as rodoilhas, argolas e seus mandados
Couro de boi tento a tento, nas mãos do negro trançado
Um baio ganhou ás, zunindo sobre o chapéu
E um reboleio de laço pra terminar o troféu


Alguém de longe gritou: Fez farra com o tirador
E o zaino escarceando crina largou no seu partidor
Primeira armada no chão, a segunda quase pega


Terceira foi um buraco juntando potro e macega


Foi como botar com a mão, armada do capataz
Cerrou na volta dos pulso e é bem assim que se faz
E o potro virou de volta trocando sua condição
Quem derrubou tanta gente, hoje conhece o chão


Depois ergueu-se uma poeira e terminou-se o tropéu
O capataz 'noutra' ponta acomodou o chapéu
Quem não viu, ouviu de longe, laço tinindo e estouro
E o tombo foi o encontro da terra bruta com o couro


Alguém de longe gritou: Fez farra com o tirador
E o zaino escarceando crina largou no seu partidor
Primeira armada no chão, a segunda quase pega
Terceira foi um buraco juntando potro e macega

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