A Menina e Os Valetes
Vinham do fundo da noite
Vinham de trás do luar
Em cavalinhos com asas
Vinham para te matar
Em formação dois a dois
Uns de luto carregado
E logo atrás outros dois
Do mais brilhante encarnado
E tu fugias, fugias
Da sombra deles no chão
De capa ao vento pareciam
Muito maiores do que são
Um queria o mealheiro
Outro o teu coração
Com paus o mais desordeiro
De espada o maior vilão
No fim do bosque uma luz
Que até parece dizer
Corre, corre menina
Nunca pares de correr
Era a tua salvação
O poço da eternidade
Lá não caem os bandidos
Por não haver gravidade
No meio de estrelas te lanças
Numa espiral de algodão
Os valentes são lembranças
D´uma outra dimensão
De mansinho vais pousando
Ao som de uma voz que chama
É a tua mãe chamando
À beira da tua cama