Vaqueano

Nascido em catre de Lua
Na madrugada campeira
Quando o clarão da boiera
Queimava a noite charrua
Na deusa pampa chirua
Filha de Sol e minuano
Mamei até o sobreano
Sem nunca molhar os cueiros
Lá onde os pajés missioneiros
Me batizaram vaqueano

Na marca da identidade
Carrego a estampa de todos
Andejos e rapsosos
Criados na imensidade
O vício da liberdade
Adquiri no infinito
Desde que o tupã bendito
Num gesto paterno e largo
Me deu o sagrado encargo
De fazer mapa solito

Hoje a guitarra das fontes
Já não faz bordoneios
Morreram os pastoreios
As potreadas e os repontes
Não vejo nos horizontes
O Sol procurando ninho
Fiquei no tempo sozinho
Prisioneiro da paisagem
E após a última viagem
Me transformei em caminho

Vaqueano! Onde estás vaqueano?
Há um eco que me interroga
A evolução pôs a soga
O meu destino haragano
Morre o último pampeano
Mas eu, vaqueano, não morro
O meu pingo, o meu cachorro
Há muito foram proscritos
Mas guardo não'alma infinitos
Que tempo a dentro percorro

Wissenswertes über das Lied Vaqueano von Antonio Gringo

Wann wurde das Lied “Vaqueano” von Antonio Gringo veröffentlicht?
Das Lied Vaqueano wurde im Jahr 1978, auf dem Album “Eu Sou Antonio Gringo” veröffentlicht.

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