Pedacinhos do Céu
Teus olhos, pedacinhos do céu
São para mim as janelas do mundo
Bebo ali alegria a granel
Ali repouso o meu coração vagabundo
Sou tão frágil agora que a tenho
E forte tanto só por tê-la
Que nada digo nem arrisco engenho
Onde a natureza fez-se plena e por inteira
Amá-la é, pois, a fortaleza
Aberta, nos seus flancos desarmada
É delicada a força da beleza
Tão certo quanto existe uma força fraca
Presença ausente que intriga
Confunde e ao coração atordoa
Só sei, filha, que amá-la – maravilha!
Tornou-me frágil como as coisas boas
Eu que sou um perdido
"Ri das cicatrizes quem não foi ferido"
Eu que sou um danado
Zomba do amor quem nunca foi amado!