Templado a Rigor
Quando a noite chega com a Lua cheia clareando os campos
Trazendo lembranças pra um tropeiro antigo na ronda da noite
Num gole de mate, escorripicha a cuia como num recuerdo
E chairando a peonada com a tropa costada, marcada de açoite
O sopro do vento parece um cincerro da égua madrinha
Talvez, o sinuelo tenha farejado o rastro do fiador
Foram tantas tropas que os anos marcaram em suas retinas
E, hoje, só o que resta é o pelego judiado, poncho emalado sobre o tirador
Saudade, ah! Quem me dera
Que ela soubesse que eu sou o tropeiro que acenou pra ela
Saudade, vai dizer a ela
Que eu mudei meu rumo, mas não me acostumo e não sou mais quem era
Quando sobra um tempo, eu encilho um Picaço de pechar turuno
Dos casco' aparado' e apapagaiado em andar corredor
Torcendo a guaiaca, ainda sobra uns trocados pra um naco de fumo
E a saudade malvada que botou clavada num peito sem rumo
Ah! Se voltasse as carpeta' de osso e bailanta' de estradas
Que alegrava' a vida desse homem inquieto, templado a rigor
Talvez, alguém pense que um simples tropeiro não tem sentimento
Mas, hoje, em silêncio, de memória calma, guarda na alma os segredos do amor
Saudade, ah! Quem me dera
Que ela soubesse que eu sou o tropeiro que acenou pra ela
Saudade, vai dizer a ela
Que eu mudei meu rumo, mas não me acostumo e não sou mais quem era
Saudade, ah! Quem me dera
Que ela soubesse que eu sou o tropeiro que acenou pra ela
Saudade, vai dizer a ela
Que eu mudei meu rumo, mas não me acostumo e não sou mais quem era