Selva de Concreto

e eu tiro do meu bolso a verdade, ó que bença,
mentira não adianta, se só balança na dança,
eco das cabeças
Jesus foi só mais um negro que morreu cedo

a gente tem medo... de tudo que não domina
foi daí que surgiram os primeiros reis e rainhas
só o velório não é recíproco, papo íntimo (bota íntimo) luto é inquilino e a bagagem, a vírgula

a linha tá afiada igual canino, dentista,
as figurinhas eu troquei, não tô repetindo,
artista, traz o cavaco e sou repentista,
animo as pistas, pego a caneta e animo as tintas

aqui sangue frio é rotina, vermelho na retina,
escuro é o vinho tinto ou as esquinas,
dentro de mim, guardo piscinas,
já morri tanto que virou chacinas

a distância nos move na ânsia,
treta é a mudança, o abraço é virtual e cansa,
o contato casual é desfazer tranças,
por isso no coração coloquei trancas

e o bolsonaro não quer ver, que o governo dele teve muito mais vermelho que a bandeira do pt
todo abraço é almejado se não pode ter,
mas não quer fazer o básico pra não perder

reter o líquido que o sentimento transborda,
entender até onde puxa a corda,
nossos elos são invisíveis,
tão quanto a verdade é esnobe

a mentira congela, verdade sobe,
mas cê nem sabe falar sobre,
vou envelhecer tipo cobre,
porque aqui a vontade sobra

chego de fininho que nem tigre,
ataca de surpresa que nem cobra,
é a selva de concreto, concorda?
entra antes que eu feche a porta,

e se você gosta de mim, leãozinho
juro! não me sinto só,
o amor próprio tem sido meu maior brilho,
somos todos sóis

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