Prumar
Navego no mar
Enfrento a tormenta
A onda que tenta
Me derrubar
Solto no ar
A minha bandeira
A tarde inteira
Pra sinalizar
Que eu não vou voltar
Me deixo levar
Pela correnteza
Sem a menor certeza
De onde vai dar
Tenho sorte e azar
Sou fraco, sou forte
Não temo se a morte
Quiser me beijar
Eu não vou voltar
Porque a cada dia
Só resta um dia
Pra se encontrar
E se só me sobra um dia
E se só me sobra um dia
E se só me sobra um dia
Vou pro mar, pro mar, pro mar
Pro mar, pro mar, pro mar
Quero em cada lugar
De Belém a Xangai
Ver a chuva que cai
Até a vista inundar
Meu coração vai ficar
Em Copacabana
As ilusões, em Havana
E a saudade, num bar
Eu não vou voltar
Melhor naufragar
Que morrer em casa
Melhor arder como brasa
Antes de se apagar
O que me leva a remar
Contra a força das ondas
Contra o mal que me ronda
É que tudo vai se acabar
E eu não vou voltar
Porque a cada dia
Só resta um dia
Pra se encontrar
E se só me sobra um dia
E se só me sobra um dia
E se só me sobra um dia
Vou pro mar, pro mar, pro mar
Pro mar, pro mar, pro mar