Poeira do Destino
Tô engolindo poeira do meu destino,
vivo assim desde menino
Onde será que ele vai dar?
É uma estrada tortuosa, poeirenta,
que for mole não agüenta
Onde será que ele vai da?
É perigoso qualquer tipo de atalho,
virar gado sem chocalho
Ninguém vai lhe escutar
É chão de ferro pra gastar qualquer sapato,
pouco queijo e muito rato
Onde será que ele vai dar?
É nau perdida nas procelas dos meus olhos
É um riacho que pode virar um rio e topar o desafio
De bater no meio do mar
É um novelo com linha de toda cor
Tem uma delas colorindo meu destino
Que eu deixei pelo caminho pra voltar pro meu amor
É o vento que vai me levando feito pena
É o tempo que passa, que olha, que acena
Me leva, me leva pra onde quiser
Me leva, me leva, me leva pra onde quiser
Tem um correndo, outro esperando sentado cada um já ta
marcado,
onde será que ele vai dar?
Eu tô na fila, vou andando lentamente feito esse meu repente
Onde será que ele vai dar?
Já vi de tudo: cego vê, falar o mudo, isso não parece absurdo
Quem nos tira pode dar
A recompensa, quando nem a gente pensa, chega como a chuva fina
Onde será que ele vai dar?