Misticismo, a Revolução
Entes da floresta me revelem o segredo
E conduzam o meu caminhar
Do mundo esotérico trago conhecimento
Pela revolução milenar
O xamanismo de sacacas herdei
A alquimia com as ervas criei
O dom da cura, ensinamento ancestral
Altar da encantaria
É ritual
Com a bênção tiro mau-olhado
Afasto o quebranto pra longe de ti
Viu visagem ou bicho-do-fundo
É reza que falta para proteger
A fé do povo das senzalas
Das marombas, das ocaras
Herança dos povos ancestrais
Animismo, misticismo, meu chocalho, meu cachimbo
A conjurar, meditar, espantar todo o mal
Sabedoria cabocla me guia em mistérios do além
Com a força dos pajés
Afugento assombração
Matinta pode assobiar
Que a morada eu já benzi
Boto não vai se engerar
Caruana vou tirar de ti
No bater do tambor
Meu terreiro é de cura, é de bumbá
No bater do tambor
Meu boi negro me chama pra brincar
No bater do tambor
É crendice no canto de oração
No bater do tambor
Vou benzer essa arena e ser campeão
Eparrei, Eparrei
Paini Pajé, Iansã, São Sebastião