Trilha Sonora

Luã Mantovani Amat

Chamo de passado tudo que ficou e um dia
Me fez mal, tudo que passou pela minha vida
Trago comigo só lembranças e esperanças
Fatos que marcaram, até coisas que eu nem devia

Tô no meu corre mas nunca passei por cima
De ninguém, e assim vou compondo minha trilha
A mudança traz desconfiança
Mas tem gente que reflete e tem gente que brilha

Me arrependo do que não fiz, do que não quis
Vi a morte na minha cara, por um triz
As vadias atuando tipo atriz
Mantenho a cabeça erguida olhando acima só do meu nariz

Os minutos tão voando tipo um dirigível
Tipo Cebolinha, cada plano é infalível
Mas todos dão errado
A frustação é uma sensação indescritível

Orgulho fica de lado, e o ego pra trás
Andando sempre camuflado, a guerra a gente que faz
A gente tem suficiente, sempre querendo mais
Então me diz, o equilíbrio ainda é capaz?
Dentre a razão e emoção
Querer o sim, precisar do não
Louco ou são, tudo é canção
Entender que estamos sozinhos, e lidar com a solidão
O que cê é, é o que cê faz sem obrigação
Ficar de pé, quando cai, é evolução
Como ser, como são, me gera comoção
Não vou ser, como são, monte de bundão
A vida é curta então me entrego a cada sensação
Voando tudo, o tempo todo, tipo um furacão
Crio um conceito, jeito, uma opinião
Objetivo do outro lado, Grand Canyon é o vão
Enquanto eu sonho, durmo, tiro meus pés do chão

E por de volta é zoado
Dias frios, ainda é cedo, eu cansado
Os anos tem passado
Amigos vem e vão, poucos guardados, muitos lembrados, quadros pintados

A luz da lua entra na janela do meu quarto
Eles roubando sentimentos que nem um assalto
Parece até brincadeira, mas não
Essa porra é séria, te afoga na banheira

Olha só como eu te trato, um espelho, fato
Dor no coração que eu senti tipo infarto
Muita mentira, é por isso eu tô farto
Vou pensando sempre no próximo ato

Honrando sempre cada pacto
A vida trouxe mais espinhos do que um cacto
Fez um filme de amor, com final trágico
Algo que era rotina, ser esporádico
O que era sério, virou sarcástico
Fez o que era orgânico ser plástico
Então eu sou jurássico
Vivo no mundo da lua então eu sou lunático

Prático, é escolher pelos atalhos
Escultor de verso, aproveito os retalhos
Um vampiro, então esconde esse alho
Flow baleia, beat profundo, eu não encalho

Fica atento a cada punchline
To surfando nas levadas, tipo pipeline
Acelero nas suas curvas tipo um skyline
Vou matando em cada flow tipo tech nine

Saiba só que o mundo é pouco
Daqui de cima eu vejo tudo, te pago o troco
Tô segurando cada murro e cada soco
Minha vida é um coqueiro cada som é um coco

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