Chega-se a este ponto
Chega-se a este ponto em que se fica à espera
Em que apetece um ombro, o pano de um teatro
Um passeio de noite, a sós, de bicicleta
O riso que ninguém reteve num retrato
Folheia-se num bar o horário da morte
Encomenda-se um gin enquanto ela não chega
Loucura foi não ter incendiado o bosque
Já não sei em que mês se deu aquela cеna
Já não sei em que mês
Chеga-se a este ponto em que se fica à espera
Chega-se a este ponto a arrepiar caminho
Soletrar no passado a imagem do futuro
Abrir uma janela, acender um cachimbo
Para deixar no mundo uma herança de fumo
Rola mais um trovão, chega-se a este ponto
Em que apetece um ombro e nos pedem um sabre
Em que a rota do sol é a roda do sono
Chega-se a este ponto em que a gente não sabe
Chega-se a este ponto
Chega-se a este ponto em que a gente não sabe
Chega-se a este ponto
Em que se fica à espera
Chega-se a este ponto
Em que a gente não sabe
Chega-se a este ponto
Em que se fica à espera