Vendedor de Amendoim
Faca de dois gumes pra quem pensar que sou otário
Se na roda de capoeira eu botei pra lascar, olha a faca! Lasca!
Faca, foice enxada fique sabendo é boca quente
Se na aldeia o que o índio quer é dançar, deixa o índio! Dança! Dança!
Quando pego Barro-Macaxeira
Avenida-norte Macaxeira
Vou pra Mirueira Macaxeira
Vejo nas favelas a vontade de ter chão, é lasca! É samba!
Na penitenciária, na Barreto de Campelo
Cada preso, cada mundo, cada sela, tudo sujo
Cada mente um submundo, falta espaço
E tem navalha pra quem se aproximar
Quem educa não educa, quem aprende não aprende
Quem ensina não ensina a escola tá na mente
O dinheiro faz história, é questão de consciência
Pois ninguém transforma ninguém
Ninguém transforma ninguém! É lasca!