João Inácio (part. Clovis Mendes)
Doma, doma, domador
Potro da serra que o serrano têm
Doma, doma, domador
Potro da serra todo ano tem
Doma, doma, domador
Tropeando a vida para ser alguém
Há um tempo, e já faz tempo
Viviam nestas paragens
O gado, a pinha, a gralha e o vento
E de passagem, fartas pastagens
Tropas descansavam, com seus tropeiros
João Inácio que era um deles
Ginete na precisão
Cedeu aos olhos de Maria
Que ficando, foi empreitando
A vida que queria
Serra, serra, serrador
Pinheiro da serra que o serrano tem
Serra, serra, serrador
Pinheiro da serra, gralha, planta e vem
Serra, serra, serrador
Peão domador buscando ser alguém
Há um tempo, e não já faz tempo
Viviam nestas paragens
O gado, a pinha, a gralha e o vento
E de pastagem, fartas florestas
Gringos derrubaram, com sua serra
João Inácio não era um deles
Mas cheio de precisão
Cedeu a escassez da doma
Mudou de vida, pra outra lida
Que desconhecia
Planta, planta, plantador
Arando a terra que o serrano tem
Planta, planta, plantador
Cuidando a terra, todo ano vem
Planta, planta, plantador
Peão serrador buscando ser alguém
Há um tempo, e não já faz tempo
Viviam nestas paragens
O gado, a pinha, a gralha e o vento
E de passagem, fartas sementes
Aqui germinaram, gerando sonhos
João Inácio não era um deles
Mas cheio de precisão
Cedeu ao cabo da enxada
Fez madrugas, plantou, colheu
Alimentou sua gente
Doma, doma, serrador
Arando a terra que o serrano tem
Serra, serra, plantador
Plantando a doma todo ano tem
Planta, planta, domador
Peão serrador tentando ser alguém
Planta, planta, domador