Ao Presentear Um Cavalo
Tem estrelas nas retinas, e o pêlo da cor da aurora
Nas crinas fachos de luz, não precisa mango, espora
Com a paz das aves do campo, tranqueando sobre o
milhal
Reflete a cara no açude, por sobre o sol da manhã
Traz a prece num bufido, bate a pata, escarva o chão
Como quem busca uma veia, na aguada do coração
Dom Libanho, passa as garras, alça a perna no gateado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Dom Libanho, passa as garras, alça a perna no gateado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Ao presentear um cavalo, a alma inteira se embala
São carinhos num regalo, que abanam lenços e palas
Me falará mais o frio, que a boeira iluminada
Ao ver o cocho vazio, e a cocheira abandonada
Dom Libanho, passa as garras, alça a perna no gateado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Dom Libanho, passa as garras, alça a perna no gateado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Se a Ritita me contou, teus cuidados pra salvá-lo
Retumba um eco de pampa, das patas deste cavalo
No silêncio do potreiro, tem olhar entristecido
Qual sorçal nas taquareiras, campeando um canto no
olvido
Dom Libanho, passa as garras, alça a perna no gateado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado
Dom Libanho, passa as garras, alça a perna no gateado
Que uma saudade maleva, já me leva engarupado