De São Miguel à Mercedes
Na garupa do vento, veio um gritito pra mim
Riscado de adaga e lança, lutando pra não ter fim
É um gritito campeiro que já serviu de clarim
Gritou na goela de um taura e agora grita por mim
Esta terra tem dono, disse um índio do Rio Grande
Sou mescla desse entrevero, templado de terra e sangue
Por isso que quando escuto uma cordeona roncar
Chega me levantar o pêlo e eu sou obrigado a gritar
De São Miguel à Mercedes, de Santiago ao Bororé
De Santo Isidoro à São Borja, donde canta o chamamé
No canto macho dos galos, na flor azul do aguapé
Ainda se escuta este grito do cacique Dom Sepé