Ritual crioulo de um domingo de carreira
Buçal e cabresto de doze
Uma maneia nas "mão"
Xergão cardado no lombo
Carona, basto e chincão.
Ajusta bem a peiteira
Nos "tento" o poncho emalado
E afivelo o rabicho
Com o sabugo escorado.
Um pelego de merino
Com o carnal bem sovado
E o travessão estendido
Sobre a badana de pardo.
Par de rédea e cabeçada
Da parelha do apero
Onde espelha o sol de maio
Na larga chapa do freio.
Moldando a anca eu ato
O laço no estilo pachola
E um nó feito a capricho
Com quatro galhos na cola.
Aperto entre os pelegos
Deixando as "ponta estendida"
Do pala branco de seda
De franja grossa e comprida.
Tiro a chave e o criolim
Pra folgar o "patuá"
E coloco meia de canha
Preparada com butiá.
Então com as pilchas de gala
Busco a volta e me enforquilho
Deixo os campos da estância
Na direção do "Coentrilho".
Meu zaino roda o coscorro
Me dá ganas de estradear
Pra "vê" uma penca de potro
Lá na cancha do "Leomar"
Jogar a tava gaúcha
Um truco à moda fronteira
E "floreá uns beiço pintado"
Num domingo de carreira.