P’ro k der e vier

Chullage

[Verso 1]
Não respeito pchinguinhas
Só p’ras princesas e rainhas
Sujeitas ao sofrimento do guetto
Do machismo
Ao racismo
À ignorância do seu próprio preto
Eu dedico estas linhas
Porque não encontro só a vaca de merda ou a cuarra
Também encontro a lutadora
Que constantemente se esbarra
Num mundo dominado por homens que lhes amarra
Às teias do preconceito
Baby devo-te respeito
Porque apesar do que sofres
És tu que trazes a paz ao nosso leito
És muito mais que duas pernas abertas
Bom rabo e peito
És mulher, és amiga, és mãe, és irmã
És quem nos fez ontem
Nos mantém hoje
Nos prepara o amanhã
Que num dia-a-dia tão doentio
Nos consegue dar uma pausa sã
Mesmo sabendo que tenho os meus niggas
Nas horas mais difíceis
És tu que me suportas
Nas maiores necessidades
És tu que n me fechas as portas
Que quando é preciso pegas nas armas
E como guerreiro te comportas
Que apesar d'um passado horrível
E d'um presente duro
O nosso futuro não abortas
Dás tanto e às vezes não mereço
Mas pelo amor tu nem te importas

[Refrão]
Porquê?
Porque és o ontem
És o hoje, és o amanhã
Porque és o nigga
És a amiga, és a mãe, és irmã
És mulher
Porque sem pistolas nem punhos
Estás aqui p’ro que der e vier

[Verso 2]
És o exemplo de força pelo que aguentas
Trabalhas, chegas a casa, cozinhas, amamentas
E alimentas
Os nossos espíritos com as tuas ementas
Cuidas, educas, sustentas
Por ti raramente te sentas
Mas por nós estás sempre de pé
E quando vem o desespero
És a ultima a perder a fé
Enfrentas o assédio de patrões exploradores
Colegas estupores
De computadores 'pa aspiradores
Maridos abusadores
Filhos desrespeitadores
Frutos de romances falhados e falsos amores
Muitos sinais exteriores
De riqueza e pouka riqueza nos interiores
Negra eu torço
Para que os real niggas deixem de ignorar o teu esforço
Para que tirem a responsabilidade das nossas vidas do teu dorso
Para que possas parar
E recuperar
Da nossa má conduta
E possas ouvir algo mais que lagaia, cadela, chulebra, puta
Porque não estaríamos aqui
Se não nos tivesses acompanhado nesta luta
Curando-nos
Ferindo-os
Na escravidão
Exploração
Que há 500 anos nos amputa
Escuta
Minha mente refuta
As teorias desse mundo machista
Embora por ignorância às vezes as siga
Te fira com algo que diga
Te provoque sofrimento e fadiga
Mas cansei de ser o teu macho
Daqui 'pa frente sou o teu nigga

[Verso 3]
És divina quando transformas o sexo num ritual
Brutal
Selvagem, sem perder o sensual
Não sabes quanto é que me bate
Quando secas a água dos teus olhos
E deixas-lhe escorrer por essa pele cor de chocolate
Percorrer as tuas curvas até que o prazer nos mate
Que o cansaço nos arrebate
Num orgasmo colmate
És só afro-disíaca
Beleza demoníaca
Ternura paradisíaca
Fiel mas ninfomaníaca
Sinto orgulho, em germinar dentro de ti o meu fruto
Porque tens sabedoria p´ra fazer um homem
Não te limitas a ter um puto
Criando uma família real
De negros e negras tal e qual
A nossa África ancestral
Tens outro astral
És espiritual
Diferente, não queres saber quando eu conduzo um Civic
Um Saxo ou Punto
Quanto tenho na carteira p´ra te comprar uma jóia
Ou um conjunto
Porque discoteca, homem e roupa não são o teu único assunto
Consegues responder quando sobre a nossa sobrevivência te pergunto
Com tanta desunião consegues manter o nosso povo junto
Porque 'tás lá quando sofro
Mais um golpe desse tuga
Na hora da amargura és tu que vens brown suga
'Tás lá quando regresso d'um trabalho que me explora
'Tás lá quando tou doente, ferido, frustrado
Foda-se 'tás lá a toda a hora
Até quanod te peço p´ra me refundires o yosh ou o shot
Daquele chibo
Vais lá quando me fecham nas celas construídas
P´ra aprisionar a nossa tribo
Sei que devo dizer-te isto sempre
Mas quase sempre me inibo
Por tudo o que já fizeste pelo nosso povo
Amor é o mais modesto recibo

Wissenswertes über das Lied P’ro k der e vier von Chullage

Wann wurde das Lied “P’ro k der e vier” von Chullage veröffentlicht?
Das Lied P’ro k der e vier wurde im Jahr 2004, auf dem Album “Rapensar” veröffentlicht.

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