Chão
Estou sentado num paralelepípedo tridimensional
Sentado eu fico observando o asfalto preto que as vezes sai do canto
E se no céu couber nuvens de algodão
Tentem seu encanto
Mas no entanto, eu não me importo
Estou no chão
Tudo é apenas hipernatural e absurdo
Eu dou um passo
Piso em falso
Caio e assopram
E é nesse passo que eu sinto que nada realmente importa
Pois eu ainda estou no chão
No chão eu me deito
E deixo tudo passar
Passa o tempo principalmente
E no pensamento
Acho que vou vomitar
Não vou segurar
Se não vai misturar
Se sentir seguro
É beber água no escuro
E correr, correr
Até não ficar mais seguro