Seca de letras
Daniel Gonzaga
Essa seca de letras,
Essa seca de letrinhas
Que comemos no almoço (afora o pão)
É uma seca aguda,
Uma clareza que pertuba os quatros olhos da visão.
Esse mar acanhado
Que inda me pertuba
Por ser tão imenso,
Pra ser visto com os dois olhos em união, fraternidade e fé
São os princípios que promovem o coração.
Não anda de braço aberto menino,
Que o vento uba, que uiva, que te dá um fique forte,
Que te diz uma lição
Esse grito acanhado, meio enlatado
Que eu trago na cabeça, fresco que nem miolo de pão
Amassado com o pé,
Um pão suado, mas sem muita sofreção