Quanto Vale ?

Decco, Gabriella Fischer

Eis a nova era de um novo tempo
Já não penso em morte mano faz um tempo
Porquê igual Criolo sei que ainda há tempo
Pra ir de contra-mão a esses contratempos
Os contos dos ventos me assopraram senso
Comum, nunca fui talvez contra-senso
Sei que sou intenso, mesmo assim eu tento
Deixar leve o denso desse eu extenso
Eu nem sempre entendo antigos lamentos
Mesmo antigamente sendo só descenso
Goteiras descendo molhando a batente
Panelas no chão sinfonicamente
O rádio ligado sintoniza a mente
Evandro Pechir informando a gente
Mais um assassino diz ser inocente
Enterrou a esposa como indigente
Não é só tristeza lá também tem festa
É festa junina Castro Pires fecha
Chá de amendoim ferve na panela
E o balance anima a platéia
E os ""chap chap"" do arrasta chinela
To aqui lembrando do sorriso dela
Sua pele lembra cravo e canela
Eu sempre fui bobo ela sempre bela
Que saudade eu tenho das minhas lembranças
Numa terra fértil plantar esperança
Não ter que lidar com deselegância
Poder ignorar tanta ignorância
O seu parecer zero relevância
Hoje o presente Gera discrepância
Vou fechar meus olhos quero ser criança
Vou imaginar que eu sou criança
Ai que vontade de ser criança
Né ""fi""
Ai que vontade de ser criança
Né ""fi""
Dinheiro matando criança de fome
Descaso matando criança de frio
Tem gente pensando que vacina mata
Quem mata criança é PM e fuzil
De sessão da tarde chacina completa
Jenifer, Ágatha, Kauã, Kauê
Esconde esconde com bala perdida
Brincam polícia e ladrao na tv
É preciso ser forte, não temer a luta
Minha rima é sem corte é grossa e curta
Não sei se é estatística ou se esse é o conceito
A cada oito ""peita"" uma mina de peito
A trinca é pesada e nem era a meta
O peso do som treme o chão faz frisson
Tem coragem irmão? Chega junto no tom
Que os cara tão louco de rap do bom
Que os cara tão louco de rap do bom
Quanto vale seus sonhos ?
Quanto vale sua luta ? Já traçou seus planos ?
Quanto vale seus manos ?
Quanto vale o real, quanto vale seus panos ?
Quanto vale a vitoria ?
Quanto vale a conquista sem a trajetória ?
Quanto vale a sua paz ?
Quanto vale seu tempo nessa breve história ?
Já nem sei quantas vezes errei
E o caminho incerto tracei
No horizonte a linha buscar
Não pude ir por terra, voei !
E é o que dizem os olhares mano
Medo, frio, mágoa e desespero
Ali dobra fia, pó e cola na grade
Que realidade vira pesadelo !
Mas passou
Tudo passa
Lembrança conforta, dos menó na raça
Dos contra na praça, dolly na calçada
Fumaça no frio
Vinho quente no copo e quermesse lotada
Hoje só vazio
Enquanto os playboy faz nevar na praça
Mas que se foda, essa porra não me inspira
TV sufoca de hipocrisia
Prefiro deixar no mute
e faço um freestyle pique Duckzilla
(ForDef ForDef)
Sai da minha mira, no fone só quem me inspira
Bate cabeça nas linha
Sai da minha mira
No fone só quem me inspira
Sabotei rima na linha
Sai da minha mira
Mas o tempo passa...
Mas o tempo passa...
Mas o tempo passa...
O tempo passou...

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