Brilhante Lapidado

Diego Cunha

Coruja pia no toco, sabiá na laranjeira
O retrato da morena trago sempre na gibeira
Onde tem som de viola, tem que ter boa cachaça
No lugar que tem polícia, malandro não faz ruaça

II
Pra ser um bom catireiro, tem que gostar de viola
Bate a mão e bate o pé, sapateia e não enrola
Cavalo que é bom de sela, não deixa o peão cansado
Mas mulher boa de cama deixa a gente apaixonado

III
Faca no meu corpo entorta, bala no meu peito amassa
Me fizeram uma tocaia, mas eu sumi na fumaça
Uma cobra me mordeu veja o azar da coitada
Ela bebeu do meu sangue e morreu envenenada

IV
Eu tenho muitos amigos e sou bem considerado
Um amigo vale mais que um brilhante lapidado
As pedras do meu caminho eu sempre passo por cima
Se o três oitão não der conta derrubo na carabina

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