A Décima Esperança
Chega, de poesias bobas
Tentar juntar palavras
Mesclar fato e conceito
Ser poeta e ser de novo alguém sem chão
Doido para viver tais conclusões
Chega, de ser um grande artista
Fazer da vida um palco, morar nesse teatro
Ser plateia, ser palhaço e ser vilão
E encenar seu próprio coração
Já dei as caras, vivi milhões de vidas
Fui deus e fui diabo, fui paz e violência
Fui concreto, abstrato e fui razão
Fui mágoa, inocência e compreensão
Quando era noite, e o tempo não passava
Sentado em frente a rua, de cima da janela
Entre livros, gestos, restos, conclusões
Eu percebi que tudo era tão simples
Tantos lados para se enxergar só um
E do fim trazer silencio em cada olhar
Tanta espera para que nela eu visse cor
E encontrasse algum sentido para sorriso
Antes velho e cansado
E enquanto peço socorro e busco a fé
Perdida em meias verdades eu sempre encontro a dor
E minto que esqueço que engano em bancos de salas de espera
Alguma resposta que explique tudo e me deixe na terra
E enquanto peço socorro e busco a fé
Perdida em meias verdades eu sempre encontro a dor
E minto que esqueço que engano em bancos de salas de espera
Alguma resposta que explique tudo e me deixe na terra
Mas nada sério, confesso estar surpreso
Sem rumo e sem defeito, de mão e de compasso
Firme e forte ao lhe girar com precisão
Eu contornei os traços da ilusão
E fui em frente, sem hora e sem desculpas
Sem dia de chegada, da luta eu fiz minha casa
Outra vez sincero, insisto em sorrir
Sou a imagem no espelho a refletir
O que sou