Menino do Samburá
Sou eu
Eu que trouxe uma coisa pra você
Uma coisa bonita de se dar
Uma coisa bonita de se ter
Uma coisa bonita de provar
Sou eu, sou eu
Eu com meu samburá cheio de estrelas
A mão de afagar pra lhe benzer
Os olhos de oiá pra lhe seguir
Livrar do mal
Quando a luz faz um traço
O escuro é um laço
Que logo desata
A vaidade é um corte
Nos bambuzais
Ói a onda que leva
E castiga o saveiro
Pelo nevoeiro
É a mesma que traz
Sou eu, sou eu
Menino da terra
Onde a água não molha
Sereno não beija e orvalho não quer
Sem mar
Que o mar é pra lá
Do mar que eu ouvi mãe falar
Um mar que eu queria lhe dar
Ê mar, tão difícil de achar
Sou eu, sou eu