Uma Rosa Pra Mangueira

Fabio Borges Mendonca

Do alto do Sumaré
Quando se desce a pé
Se avista o morro dos Dois Irmãos


Foi lá que nasceu um rebento
Em algum dado momento
À sombra do mastro da escravidão


Esse moleque sabido
Cresceu num barraco caído
Ouvindo o batuque que vinha do chão


Em algum dado momento
Descendo a ladeira do vento
Viu um rosa caída no chão


Esse moleque atrevido
Pensando no amor esquecido
Pegou a flor e tomou em sua mão


Foi nesse dado momento
Que ele fez um juramento
De um dia escrever uma linda canção


Só que o moleque danado
Ainda não tinha encontrado
O amor que lhe desse essa inspiração


Até que num dado momento
Trazido por um pé de vento
Escuta o som de um repique-de-mão


Sem nenhum discernimento
Subiu o morro do Juramento
Levando consigo o seu violão


Desceu até o Santo Cristo
Pela ladeira do Bispo
Levando a rosa que encontrou no chão


Foi nesse dado momento
Que esse moleque marrento
Se deparou com uma linda visão


Mangueira
Mangueira
Você foi meu primeiro amor


Ao chegar perto de ti
Não consegui resistir
Me tomou a emoção
Roubou o meu coração


Mangueira
Primeira
Emilinha me mandou


Eu vim andando a pé
Descendo lá do Sumaré
Com esses versos que fiz
Que trago pra te ofertar


Mangueira
Primeira
Vim declarar o meu amor


Ao som do teu balancê
Me apaixonei você
Declaro a minha intenção
Nas cordas do meu violão


Mangueira
Primeira
Foi Cartola quem chamou


No contra-pé do repique
No canto de Jamelão
Trago essa rosa guardada
Junto com minha canção


Mangueira
Primeira
Foi Braguinha quem mandou


Antes de me despedir
Deixo esses versos aqui
Com permissão do poeta
Vim pra cantar meu amor


Mangueira
Primeira
Foi Braguinha quem mandou


Antes de me despedir
Deixo esses versos aqui
Com permissão do poeta
Vim pra cantar meu amor

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