Aí que me refiro
De quando em vez me bate a gana duma farra
Que se esbarra no meu jeito bonachão
Cuido da estampa e busco o rumo do povoado
Poncho emalado e par de esporas no garrão
Firme nos bastos do meu baio frente aberta
Campeá namoro num fandango de galpão
No fim da tarde vou mirando o arrebol
Pra ver o Sol se embretar no arvoredo
Meu pingo baio troca orelha a cada passo
Marca compasso bem à margem do varzedo
E enforquilhado no lombo deste parceiro
Me vou faceiro em busca dum chinaredo
Sou de alma andeja, não nasci pra andar na soga
De amor de sogra tenho medo e não me atiro
Me agrada mais esta minha sina fandangueira
Prendas faceiras, é aí que me refiro!
Desde guri trago esta sina campechana
De abrir picada no horizonte do sonhar
Cravo o facão pra ver o cabo tremulando
Buscando rumos nesta sina de estradear
Por alma andeja e este entono de taita
Ronco de gaita me convida pra bailar
Assim me agrada a dura vida serrana
Semana inteira lidando nas invernadas
Pois quando chega o arrebol do sexto dia
Encilho o baio que já sabe da volteada
Destino incerto no longe dos corredores
E voltar pro rancho no romper da madrugada