Criatura

Fátima Guedes

Meu pai
Acho que a sua criatura
Saiu da escuridão segura
Pra luz de alguma experiência errada
Mas nada
Cobri minha pele costurada
E a alma ainda alinhavada
E fui andar pela cidade

A pura verdade
É que nasci com esse tamanho
De algum sopro de vida estranho
Que temporal, que ventania
Que raios, que dia
Meu criador enraivecido
Olhou pro seu recém-nascido
E acho que fugiu de medo

Meu pai
Não me abandone agora
Foi o que pensei na hora
Mas não pensei com palavras
Porque as palavras
Outra espécie de vazio
Não me vestiam
Quando eu me sentia frio

Meu pai
Aprendendo e apanhando
O tempo inteiro buscando
Compreender sua intenção
Eu me danei
Feito um bicho na cidade
Minha vontade
Soube me dar a mão

O fogo
Das minhas poucas descobertas
Na areia das mil coisas certas
Se acende ainda em mil perguntas
Fagulhas que juntas
Venha a ser a minha alma infame
Talvez meu criador me ame

Talvez meu criador me ame
Talvez

Wissenswertes über das Lied Criatura von Fátima Guedes

Auf welchen Alben wurde das Lied “Criatura” von Fátima Guedes veröffentlicht?
Fátima Guedes hat das Lied auf den Alben “Setima Arte” im Jahr 1985 und “Transparente” im Jahr 2016 veröffentlicht.

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