Saudade do que não tive
Eu sou da capital
Não vejo o sol nascer
Não vejo o sol se pôr
No braço do quintal
Eu sou da capital
Dias em paredes
Horizontes: céu, mar verde
Em pedra, cimento e cal
Como um lavrador
Na prateleira, eu colho
Frutas maduras verdadeiras
Verdades do meu sol
Eu sou da capital
Difícil conceber
Como pode a parede
O dia amanhecer
E sou da capital
E ainda sem você
Como pode a parede
A noite anoitecer
Eu sou da capital
Difícil supor
Que da prateleira
Possa brotar o sabor