Venete da Marieta
Chamarra
A Marieta que pulou a valeta
Encilhou a égua preta e se bandeou pela Fronteira
Esse bruaca que jamais andou no prumo
Não vale um naco de fumo, pois é flor de bagaceira.
Faz mais de dias que a danada se bandeou
Nem se quer ela deixou na porteira algum bilhete
Solta das patas, tagarela e adoidada
Talvez viva amoitada com o cuiudo do Alegrete.
De noitezinha quando pego a gamela
Lavo os pés e penso nela me fazendo murisqueta
Cruzava as pernas provocando minha idade
Lá pucha quanta saudade que eu tenho da Marieta.
Com a Marieta eu já vi a coisa preta
Tem um talho nas paletas de uma briga de facão
Em minha vida nunca vi talho tão feio
Mede mais de um palmo e meio quando a gente põe a mão.
A Marieta se meteu numa carpeta
Hoje vive na sargeta com vontade de voltar
A Marieta mete tudo na maleta
Se me der uma veneta vou correndo te buscar.