Raça Das Matas
Geraldo Espíndola
Aqui no centro do continente
O que mais sinto é o horizonte
E essa gente que plantou mangueira
Laranjeira goiabeira jabuticaba e romã
Pra colher, pra comer, pra lidar
Chupa, chupa e joga a casca no mato
Mato que espelha o espaço
Quando no meio do ato
Quando no meio do ato
Peguei uma fruta do conde
No meio da mata
Que tem também o nome de ata
Tão forte eu atei o nó da nossa vida
Sua barriga brilha ao sol
Companheira, tão intensa, tão inteira
Feita de água e luz
Calor, terra, luar
Que ilumina a raça nua
Raça que come a fruta
No meio do mato
No seio da mãe que abraça
Procure ser um caçador
Como o seu povo ensinou
E beba tudo deste amor
Oxum
Ogum
Oxalá
Oxossi