Pastel de Rato

Eder Freire

Sai lá do Cruzeiro pra passa raiva em Taguatinga,
Promoção de dois pasteis e um caldo é só o que tinha na barraquinha.

No auge da fome na ultima mordida,
O pastel tava com gosto de casca de ferida,
A oferta é tentadora, mas a fome me deixa cego,
Mas pra quem como porcaria cagar é o melhor remédio.

E o pombo comia catarro,
Da velha que tinha cuspido,
Ouvi uma gritaria e derramaram,
Caldo no meu umbigo.

Tudo por causa de um rato que parecia domesticado,
Dois pasteis e um caldo deixou ele empanturrado,
Que subiu no pé do moço, que falou: o rato miou,
A velha cuspiu de novo e o pombo engasgou.

Oh oh oh o pombo engasgou!
A velha cuspiu de novo e o pombo engasgou.

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