Xirú Véio
O xiru véio quando tem folga da lida
Cutuca a vida no furdunço o dia inteiro
Sai preparado pra ficar fora três dias
Faz a alegria das gurias do povoeiro
Guaiaca cheia nos pila bem reforçado
Não tem fiado quando a assunto é festança
Fica bem louco com um floreio de gaita
Vira num taita se o gaiteiro é de confiança
Se vai a noite, madrugada retrechando
Vai se quarteando entre a prosa e o retôsso
O xiru véio bate taco e não se cansa
Mais uma dança pra apontá o suor no pescoço
Dê-lhe que dê-lhe!
Xiru véio não te achica!
Senta-lhe a pua e mostra o sebo do rim
Dê-lhe que dê-lhe! Garroteia o chinaredo
Ainda é cedo, e hoje a noite não tem fim!
O xiru véio é o dono do entreveiro
Foi o primeiro quando a cordeona roncou
Índio disposto não perde nenhuma marca
Conta na tarca as vaneiras que dançou
Afia a seca num romance bem sinchado
Faz o costado no cogote da pinguancha
Carreira atada golpeia a canha baguala
Volta pra sala bem louco pedindo cancha
A alvorada a despacito vem chegando
Anunciando que a festança tá no fim
O xiru véio mostra a cisma e não se cansa
Mais uma dança pra te lembrares de mim