Poesia Marginal
Na luta contra o preconceito
Mais um afro descendente esculachado pela pátria mãe gentil
Por não ter oportunidade, vejo jovens com talento
Se perdendo e se iludindo num fuzil
Eu só peço ao meu senhor
Que conforte minha dor
Tantas mortes, tantos sangues
Tipo filme de terror
Valores, familias eo respeito
Aqui é muito
Eu cansei de ser mais um
Com o pensamento oculto
Minha arma é o mic
Dou rajadas de sinceriades
Pois ninguém manipula
As minha verdades
A sociedade odeia ver
Um preto alfabetizado
Eu não falo desaforo e
Nem tô sendo equivocado
Se for branco, é atleta
Se for preto, é bandido
Tô fudido, forjaram
Mais um dos meus amigos
Na dp relataram que
Ele era envolvido
Mas, o advogado diz
Que ele foi confudido
(Sem querer)
Meu pai me fez
Minha mãe me cria
Sou um resultado de uma
Transa sem camisinha
Se tem fofoca foi a vizinha
Mas, sigo na minha
Em cima da linha
Sem perder a linha
Escrevo cada linha
Usando minha sabedoria
Se tu tá na correria
Muita fé no dia a dia
(Os presídios estão lotados
E as escolas tão vazia)