Concerto N°108
Desrazão
É ter que parar de gastar
Para ter dinheiro pra gastar
Eis a soma da insipiência
Porque sua fortuna
Não está nas coisas que possui
Mas naquilo que jamais venderia
Ora, aquele que se vende
Recebe mais do que vale
E revela o seu preço
Ao lhe rogarem uma prata
Deveras, riqueza e pobreza
Fracassaram em suscitar a felicidade
Porém, quem é incapaz de ser pobre
Não é capaz de ser livre
Sim
Pequena é a vida
Se o pouco não basta
Ao miserável que possui o mundo
E reclama da esmola dada ao indigente
Ouça, se o que deseja é ser grande
Tenha um amigo de verdade
Então poderá bradar
A verdade é minha