Rodapé

Hoje eu não estava afim de escrever, só me sentei aqui para brincar com o meu violão.
Então eu vi ela correr para debaixo da minha sacada, a parte ainda não molhada pela chuva que chegou.

Cadê os vivos da calçada? Os que não esperam nada? Todos os sem guarda-chuvas que não olham previsão?

Será que ela é a única?
Será que ela é a única?
Que ainda sabe ver a graça na desgraça, e não se importa em ler jornais antigos pelo chão, por que só se importa em não saber, por que essa é a graça de viver.

Destino ela não crê. Que absurdo não escolher nada, e ter a vida pendurada em uma história sem noção.
Até por que se fosse assim, essa história não viria à mim sem notas de rodapé pra me dizer qual é que é o nome dela. E quem é ela.

Que ainda sabe ver a graça na desgraça, e não se importa em ler jornais antigos pelo chão, por que só se importa em não saber, por que essa é a graça de viver.