Interlúdio Correntes
[Verso: Mestre Toni Vargas]
Escravo negro, escravo branco
Somos todos violentados pelos mesmos senhores
Que nos humilham
Indiferentes à raça ou credo
Nos colocam uns contra os outros para que nos destruamos
Escravo negro, escravo branco
Somos todos chicoteados até a morte
Dos nossos lábios ressequidos brotam versos
Versos e canções
Suas correntes não amarram nossas almas
Elas voam, voam e sonham
E enquanto os escravos sonharem
Não serão completamente escravos
Vocês são pouco para o nosso sonho
São pouco para a nossa arte
A sua força jaz sem sentido sobre a melodia dengosa de um berimbau