Invultado
Anchieta Dali / MIGUEL MARCONDES
Dizem que sou um riacho
De água quente no cio
Que se derrama no rio
Pra banhar um oceano
Que sou assim como um pano
Que se entrega pra agulha
Pra desenhar a fagulha
Da vida do seu bordado
Sou um amor desgarrado
Pra longe de quem me quis
Pesadelo eu não digo, mas eu penso
Que minh´alma já teve pesadelo
Minha calma possui um desmantelo
Ressonando na sombra do passado
No presente escaldado malassombro
Se assombra quem vem me assombrar
Me invulto no véu da ligueireza
Mudo o rumo que tem a correnteza
Só pra ver o barreiro encher e sangrar