Morada
Há um poema em cada pedra dessa casa
Edificada no amor e na esperança
Como é possível se calarem os jardins
Influenciados pelo amargo da lembrança
A tua mão que junto a minha semeou
É a mesma que me acena aos fins de tarde
Traz a que arde nas varandas da morada
Feito bandeira esfraldada pra saudade
A corticeira ainda enfeita o quintal
Há um colorido nos cravos e roseiras
Ainda vive teu perfume em cada sonho
Que atrai abelhas para a flor das laranjeiras
Ainda vive teu perfume em cada sonho
Que atrai abelhas para a flor das laranjeiras
São tão vazias as manhas junto à lagoa
Berço prateado que banhou nossa união
Hoje reflete como espelho de madrasta
Um rosto triste acinzentado a solidão
Por tudo isso já não gosto desse rancho
Apenas pedra, saudade e mais nada
Morreu na casa, sobrevive em minha alma
O que sonhei ser um dia, nossa morada
A corticeira ainda enfeita o quintal
Há um colorido nos cravos e roseiras
Ainda vive teu perfume em cada sonho
Que atrai abelhas para a flor das laranjeiras
Ainda vive teu perfume em cada sonho
Que atrai abelhas para a flor das laranjeiras