Cachecol

E a cada passo entrelaço a raiva e a razão
Desilusão, adara, trouxe pra minha mão
E até queimou
Mas tô sempre de cachecol pra me esconder
Desse frio, desse frio
E luva na mão pra me esconder do frio
Que faz teu coração

Eu ando demais (eu ando demais)
Eu ando demais (eu ando demais)
Eu ando demais

Eu ando demais (eu ando demais)
Eu ando demais (eu ando demais)
Eu ando demais

Ei Saturno, deixa eu gritar
No seu ouvido e reclamar
Perguntar: Por que comigo?
Por que comigo?

Sempre do cachecol pra me esconder
Desse frio, desse frio
E luva na mão pra me esconder do frio
Que faz teu coração

Eu ando demais (eu ando demais)
Eu ando demais (eu ando demais)
Eu ando demais

Eu ando demais (eu ando demais)
Eu ando demais (eu ando demais)
Eu ando demais

Hoje eu sonhei que tava escalando
Um morro de terra que mais tarde veio virar um lamaçal
A chuva, a tempestade balança as árvores
Que até as próprias aves pré-sentiram o mal

Lá de cima tinha um balconista que me impediria
De entrar naquele templo coberto de musgo
Com um portão tão grande feito de um amor escuro
E esculpido, e uma placa bem-vindo ao novo mundo

E ele vinha e contradizia, dizia
Que minha vida não era ali muito bem-vinda
Mas até que eu entendia, é porque eu já sabia
E um dia me corromperia e esse caos que me fortalecia

Então fui expulso do céu dos tolos
Caí morro abaixo como todos os outros
O frio até que veio tomar conta da minha vida
Mas dispenso frente fria
Tô sempre de cachecol pra me esconder
Desse frio, desse frio
E luva na mão pra me esconder do frio
Que faz teu coração

Eu ando demais (demais)
Eu ando demais (demais)
Eu ando demais

Eu ando demais (demais)
Eu ando demais (demais)
Eu ando demais

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