Mente Engatilhada
[Verso 1: Dina Di]
Quando se entra no jogo
Não adianta mais se lamentar
Nem querer voltar atrás
Olho no olho, tensão
Tenho que me concentrar
Se eu marcar, o adversário pode me eliminar
Muitos serão desclassificados com o tempo
Será cada vez mais difícil garantir o sustento
As portas vão se fechar
São muitos que vão ficar
Do lado de fora e poucos do lado de dentro
Ter equilíbrio mental, no rap, é fundamental
Exploro meu lado bom, controlo meu lado mau
Tenho um filho de três, vou completar 26
E, se preciso for, começo do zero outra vez
É como um vício, difícil largar
Só eu sei o que eu passei e o que eu vou ter que passar
Pra ficar, vou lutar
Desistir? Nem pensar
Dina Di, Visão de Rua, pronta pra disparar
Pilantragem, irmão, é foda
Não, eu não aturo
Nada que comprometa a minha imagem e o meu futuro
Difícil acreditar
Infelizmente, não pude estudar
Terceira série foi o suficiente
Na escola, eu aprendi a ler e escrever
A rua me ensinou a como sobreviver
Ser uma adolescente por fora, truta por dentro
A experiência te faz crescer antes do tempo
[Ponte: Samples]
(Não, não, não)
(Eu não posso errar)
(Não, não, não)
(E não vou parar)
(Não, não, não)
(Eu não posso brincar)
(No mundão, você vale o que tem)
[Verso 2: Dina Di]
Quem tem amor pela vida que tem
Pensa mil vezes antes de tirar a vida de alguém
Por outro lado, eu já vi acontecer
Caso de ter que matar pra não morrer
Eu peço a Deus pra me orientar
E não deixar nenhum cuzão me estranhar
Seja quem for, se eu tiver que seguir com a razão
Eu não, eu não me rendo pra você tão facilmente, então
Se for pra desandar, pra ser puta, eu não nasci
Prefiro roubar, traficar do que me prostituir
É complicado falar de prostituição
Eu tenho uma pá de aliada nessa situação
Sem condição, não dá pra criticar
Se o filho chorar de fome, moral não vai sustentar
Atrás das grades, eu vi o desespero
De mãe que, do seu filho, não sabe o paradeiro
Aí, essa parada de cão, competição entre mulher
Mulher é o que me tira da concentração
Tem uma pá chegando por aí
Que, em vez de somar, já vem numa de dividir
Tô aqui, na moral, na moral, no meu sossego
Não sou de arrumar, muito menos pedir arrego
Não quero ser mais e nem menos que ninguém
E o que você quer pra mim
Eu quero em dobro pra você também
Eu sou mais uma mulher sobrevivente, aí
O meu valor não tá na cor, tá na mente
Rivalidade impede o desenvolvimento
Do próprio raciocínio e atrapalha seu pensamento
Eu vim pra resolver, apontar uma solução:
A mente engatilhada e o microfone na mão
Munição vai ter de sobra
Se as minas resolverem se juntar
Partir pra mim, muito mano vai se desesperar
[Verso 3: Lakers e Pá]
Assim que segue a vida
Eu vivo essa vida
E você, também
Bem, bem, bem, bem, bem não está
E do que jeito que tá, não vai ficar
Eu, Lakers e Pá, chego pra somar
Para aqueles que desacreditam
Passa a acreditar
Desunião gera discriminação
Conclusão: de novo, não
Atitude, humildade, eu vejo
A grande mãe pequena
É a pequena guerreira serena
Não acredita num futuro melhor
Só ver tudo tornar-se pior
As falsas promessas de felicidade
Já não a tiram da realidade
Tenha esperança
Tem tempo para ser criança
[Ponte: Samples]
(Dignidade e honestidade)
(Mas quem sou eu pra falar?)
(Nem dá)
(Dignidade)
(Me sinto só)
(Dignidade e honestidade)
(Mas quem sou eu pra falar?)
(Nem dá)
(Me sinto só)
(No mundão, você vale o que tem)
(Tem, tem, tem)
[Saída: Marcelo Doni]
Esse som é bem louco, mano! Dina Di no vocal, base bem bolada, paulada sonora. Rap nacional na veia, maluco! Som que você confere na Rádio 4P, a rádio que não paga, comédia! Eu sou Marcelo Doni e continuo rolando só as melhores do mundo black pra você. Aumenta o volume e fique à vontade! Daqui a pouco, a gente volta