Santo Karma (parte II)

França / Khaos

[Khaos]
Outra madruga, rota de fuga
Ideias faltam
O dinheiro cai, o mundo se trai
Humanos se matam
Pelo falso topo, tudo eles topam
Bocas se tapam
Não precisa aviso, se sabe disso
O karma dá lição


E vai, e se arrisca tudo pelo tempo que cê teve fora
Vendo de fora eles só acham, esquecendo o lado de baixo
Já que quando ta na boa ta da hora


É assim que segue o jogo
De quem melhor se adapta
Ou seria de quem melhor se contradiz
Se contentar com pouco
A vida estagnada
E só eu sei do trabalho e de tudo que eu fiz


Bendita criação, conto quantos monstros são
Construção de ideias em versos
Maldita obsessão que corrompe a intenção
E te induz a fazer o inverso


Falaram que isso é fácil, é pra quem já tem espaço
Já que eu faço no anonimato
Estende a mão querendo o braço, eu só querendo que meus traço
E meus passo me garantam um futuro de fato


Meio insensato, tentava entender o motivo
E ninguém via o porque de ser incoerente
Meu pior lado acabou sendo meu incentivo
Tantas estrelas vazias, eu cheio de ideia na mente


Bati de frente, e ainda sim me senti forte
Já que eu faço por mim e por quem sente o mesmo
Pra quando eu chegar lá ninguém falar que foi só sorte
Profundo corte e até minha morte eu carrego esse peso


E eles falaram que não dá em nada
O mundo conspira pelo santo karma


[França]
Vivendo tão distante, me chame de Ponto Nemo
O santo karma é o que me move e no momento eu tô ausente
Sem tempo pra começar, ou recomeçar do zero
Nem sempre pense em si mesmo, pronto pra tomar o império


Eu não tô falando de mágoas, eu falo de sonhos perdidos
A esperança de quem junto não sorri um só riso
E hoje já não faz mais parte dos meus planos
Engano achar que tudo o que eu vivi, tchau e te encontro em outro plano


Sinceramente eu não espero que você entenda
Só entenda que no final isso não passa de um dilema
Preso sem por algema, liberto expresso os fatos
Revolta de quem lutou por muito tempo e nunca foi notado


É claro que eu vejo o mundo com outros olhos
E fiquei perdido em meio ao caos da escuridão
Não se rendeu aos encantos e as fórmulas de amar
Abstrato sentimento chamado razão


Entrando em erupção, sem opção
Um semblante tão frio
Um mar de lágrimas que caem
Preenche o espaço vazio


Vencendo o medo, no luto toda voz se cala
Cobrando a juros, eu te apresento o santo karma

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