Filho de Pai João
Pai João
No tempo de cativeiro
Foi um fiel companheiro
De confiança do patrão
Nunca errou
E também nunca mentiu
Em terrível desafio
Sofreu tanta ingratidão
Pai João
Fui seu fiel candeeiro
Hoje eu sou o carreiro
Do seu velho carretão
Com sua falta
Sofri muita desventura
Minha mágoa não tem cura
Quero a sua proteção
Pai João
Quanto mais a vida passa
A velhice me abraça
Choro sem consolação
Quanta tristeza
Vejo passar os janeiro
Me aperta o desespero
Como é triste a solidão
Pai João
Eu também já estou velhinho
Trilhando o mesmo caminho
Que andaste no sertão
A minha vida
É tão triste como o quê
Mas o dia que eu morrê
Quero ir com Pai João