Nostalgia de Domador
Que pucha alma gaúcha companheira da existência
Nos resta manter a essência
Já que o corpo tem limite
E se o tempo nos permitir a lucidez da consciência
Ao longo dessa vivência
Eu tenho um olhar mais triste
Olhar profundo que guarda
Potradas com maestria
E a mais rude nostalgia
Do peito de um domador
Recuerdo sangrador
De um bocalzito sovado
Que muito me fez costado
Por isso entende essa dor
E até o silêncio das garras
Guarda a saudade sentida
Pois a rudeza da lida
Não limita o sentimento
Este xucro ensinamento
Provém da autenticidade
Mais vale sentir saudade
Que viver de esquecimento
Que pucha alma gaúcha de incomparável valor
Já que Deus vem no fiador
Amadrinhando a vivência
Cultivamos nossa essência e o dom da sinceridade
É dura a realidade
De quem mantém a aparências
A idade pesa no lombo
E a vida mais além
Quem muito quer pouco tem
E querendo pouco pra mim
Domei potradas enfim
Sem pensar em recompensa
Nostalgica diferença
Que me faz viver assim
E até o silêncio das garras
Guarda as saudades sentidas