Feito Alpargata

Vou encerrar-me em meu canto
- vestido de serenata -,
Em que cada olho de china
Que me vem feito alpargata...
Já que não tive potreiras,
Perfeitas para o pé torto,
Adormecer n'algum rancho
E acordar menos morto.

Quem nasceu para ser "perro",
"cimarrón", cresce e caminha...
Pelo ouriçado de tempo,
Com cicatrizes de rinha.
Já que o rigor rengueia
E ando longe do estrivo,
Vou encerrar-me no canto
Onde adormeço e ainda vivo.

Quero guitarras luzindo
Na escuridão do meu pranto;
Em cada pelo de crina,
A claridade do canto.
Já que não tenho potreiras
Pra ensaiar serenatas,
Troquei alianças com a lua,
Que me aceitou de alpargatas...

Quem nasce pra ser matungo,
Basteriado, geme ao tranco...
Casco quebrado de pedra,
Acostumou-se a ser manco.
Já que adormeço - sem rancho,
Parido pro desconforto -,
Vou encerrar-me cantando
E anoitecer menos morto...

Vou encerrar-me cantando
E anoitecer...

Wissenswertes über das Lied Feito Alpargata von Lisandro Amaral

Wann wurde das Lied “Feito Alpargata” von Lisandro Amaral veröffentlicht?
Das Lied Feito Alpargata wurde im Jahr 2011, auf dem Album “Canto Ancestral” veröffentlicht.

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