As Bambas
Eu tava
Numa meio de bode
Eu não queria pagode, nem axé pra escutar
Quando ouvi no rádio de repente
Uma levada decente
Que me fez acordar
Ora-iê-iê
Ora-iê-iê, dona ivone
Ora-iê-iê, alcione
Cante um samba pra mim
Que me recorde o brilho de jovelina
O colo de clementina nesse jongo assim
"não vadeia, clementina; fui feita pra vadiar..."
Eu tava
Meio sem molejo
Sem querer sertanejo, nem a fim de arrochar
Quando ouvi no carro do vizinho
Um swing certinho
Que me fez delirar
Ora-iê-iê
Pra santa clara guerreira
Se a sereia passeia na areia ao luar
É porque ouve o seu cantar brasileiro
Cheio de ouro mineiro, cheio de água do mar
"o mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia ..."
Eu tava
Já de mal a pior
Eu não queria forró nem bate-estaca servia
Quando ouvi que vinha lá da praça
Aquele groove massa
Que era só alegria
Ora-iê-iê, eterna elza soares
Abram alas preu ver a mocidade passar
Passar no tempo com quem nunca pára
A guanabara na cara, carne negra a cantar
"lá vem a bateria da mocidade independente
Não existe mais quente, não existe mais quente
É o festival do povo, a alegria da cidade
Salve a mocidade, salve a mocidade ..."
Ora iê-iê
Ora-iê-iê pra mulher
Que leva cheia de axé
A batucada na voz
Toda a nobreza que emana do samba
Pela força das bambas
Brilha pra todos nós