O Visitante
Um poderoso mercador
Convidou nosso senhor
Para uma ceia em seu louvor
Em seu palácio de cristais
Dispensou, então, os serviçais
E, em meio à luz dos castiçais
Esperava por Jesus
O da barca, o da cruz e da paz
E alí estava sobre a mesa
Todo luxo e a riqueza
Iguarias á vontade
E tanta fartura, com franqueza
Mataria, com certeza
Toda a fome da cidade
E esperando já à porta, impaciente
O mercador viu, de repente
Um casal, com uma criança
E mal pediu-lhe abrigo, o retirante
O não desconcertante
Cortou-lhe a esperança
Lá, lá, la ra, la, lá, lá lá
E, de repente, aconteceu
Que a repressão apareceu
E o jovem perseguido se escondeu
Nas sombras do palácio de cristais
Ele, no jardim se ocultou
Disse o mercador e o entregou
É que eu espero um visitante
Famoso, importante
Que é o salvador
E ao ver que Jesus não vinha mais
Quebrou todos os cristais
Esmagando grão por grão
E enraivecido escurraçava
Um cão faminto que catava
As migalhas pelo chão
E blasfemava: Oh, Jesus! Por que não veio
Logo eu que tanto creio
E o senhor lhe respondeu
Você é o pior dos descortezes
Já estive aí três vezes
E você não me atendeu
Você é o mais tolo dos burgueses
Já estive aí três vezes
E você não percebeu