Romance do Pingo D'Água

Aparicio Silva Rillo

A filha moça, mocita
Na garupa de um gaudério
Pelo mundo se rolou
A mãe, triste, se pergunta
Se indaga se foi pra isso
Que a pariu e que a criou
O olhar de insônia e de pranto
Se afunda na várzea longe
Nesta várzea fim de mundo
Por onde a filha se foi
Por onde a filha se foi

O pai, xiru quietarrão
Ferido muito por dentro
Sofre a um só tempo por ele
Pela filha e a mulher
E a mágoa é tanta, tão grande
Que quase nele não cabe
Riscando dois regos claros
Se derrama pelos olhos
Para lembrar-lhe, na boca
Gosto de cinza e de sal

Quem disse que homem não chora
Não teve filha roubada
Por um gaudério qualquer
O pranto nasce dos olhos
Mas é cego, não distingue
Se esses olhos donde brota
São de macho ou de mulher

E no silêncio do rancho
Donde ausentou-se o sol claro
Do riso da moça filha
Pinga que pinga a goteira
Mal remendada do oitão
Como se chuva entendida
Da mágoa dos dois velhitos
Lá dos olhos da goteira
Pinga-pingasse aos pouquitos
Para chorar junto aos dois

A mesma chuva - culpada
Que apagou no pó da estrada
O rastro da que fugiu.

Wissenswertes über das Lied Romance do Pingo D'Água von Luiz Carlos Borges

Wann wurde das Lied “Romance do Pingo D'Água” von Luiz Carlos Borges veröffentlicht?
Das Lied Romance do Pingo D'Água wurde im Jahr 2008, auf dem Album “Itinerário de Rosas” veröffentlicht.
Wer hat das Lied “Romance do Pingo D'Água” von Luiz Carlos Borges komponiert?
Das Lied “Romance do Pingo D'Água” von Luiz Carlos Borges wurde von Aparicio Silva Rillo komponiert.

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