Porque Não Oiço No Ar
Porque não oiço no are a tua voz
Entre brumas e segredos escondidos
E descubro que o silêncio entre nós
São mil versos de mil cantos escondidos e sós.
Porque não vejo no azul escuro da noite,
Nas estrelas esse brilho que é o teu
E procuro a madrugada que me acoite
Num poema que não escrevo, mas é meu.
Olho o vento que se estende no caminho
E ensaia a tua dança de voar
És gaivota que só chega a fazer ninho
Quando o tempo te dá tempo para amar.
Mas também se perde o tempo que se tem
Para gastar só quando chega a Primavera
Veste um fato de saudade, amor e vem
Que é Inverno, mas eu estou... à tua espera.