Num Posto Da Santa Fé
São doze quadras de pampa com pastagem, boa aguada
Gadaria bem cruzada, trevais nativos no pasto
Rebanho de corriedal, sangue Horneiro na tropilha
Titãs de várzea e coxilha pra serventia do basto
Neste posto do rancho velho, na costa do banhadal
Leandro Simões um rural, vai agüentando o guascaço
No trono da égua moura, monarqueia as invernadas
Serestando madrugadas c'um par de estrelas de aço
Quem olha com o coração estes limites da estância
Talvez tenha a mesma ânsia nas pupilas do bolapé
Que vertem cristais dos olhos com o vento a soprar seu canto
Mirando um quadro do campo num posto da Santa Fé
Don Silveira busca a volta num florão de colorada
Estampa contrabandeada das manadas da Argentina
Corre bois no Tiaraju por estas campanhas gaúchas
Onde bizarreiam as bruxas trançando os fiapos das crinas
Eu também nasci campeiro, faço parte desta lida
É um regalo da vida riscar a casco meu chão
Andar alugando os braços pra alma ter um conforto
Misturando o sal do corpo com o suor que sai do xergão